DIAS DO TRABALHADOR
A sociedade moderna assistiu a mais um 1º de maio, “O dia do trabalhador”, a data é feriado em parte dos países do globo, exceto a Indonésia. Por isso perguntamos quais motivos para comemoração. No Brasil, diversas entidades ditas do trabalhador realizam eventos culturais durante a data celebrando o dia. O mais questionável é a demagogia que essas entidades, que se julgam de esquerda, encaram não só o 1º de maio, mas todas as manifestações político-culturais que envolvem os assalariados. Não reprovamos essas ações, pelo contrário, entendemos a importância de proporcionar às pessoas que lutam e constroem esse país, momentos de total alegria e valorização. O que reprovamos é que nesses momentos de “festa”, centrais e sindicatos surgem, não quando os trabalhadores realmente necessitam de apoio moral e ideológico.
O que se percebe cada vez mais é a distância que as representações estão de seus representados, ninguém mobiliza os para que possam garantir seus direitos assegurados por lei, mesmo que estas não atendam de fato os anseios das classes. Podemos constatar essa falta de responsabilidade com o trabalhador que nem mesmo o governo zela, nos constantes problemas por eles apresentados e deflagrados da forma mais eficiente historicamente utilizada; A revolta. Resultado de inúmeros problemas, dentre eles a falta de segurança.
Situando os problemas vividos pela classe trabalhadora, olhemos com apreço, solidariedade e seriedade para as revoltas de março em Porto Velho , nos canteiros de obras da Usina Hidrelétricas de Jirau, estourou uma das mais fortes revoltas operárias já vista na região norte. Atrevemo-nos a dizer, mais forte da década, alojamentos, ônibus, e galpões foram destruídos, é o reflexo da indignação dos operários após meses de abusos de encarregados (funcionários com maior nível de poder administrativo na obra) e empreiteiras, que parecem estar preocupados somente com o enriquecimento a custa do suor dos trabalhadores. Assim esquecendo-se e negligenciando atendimentos básicos aos operários da obra. Ao contrário do que muitos imaginam, os trabalhadores lutavam por melhorias nas condições de trabalho, isso inclui: segurança no trabalho, alimentação, direito a folga no fim de semana, e o mais comentado pelos operários; saúde. Ou seja, nada de alarmante, apenas condições básicas para um ser humano.
Para piorar a situação desses milhares de homens e mulheres, (os quais seduzidos com a promessa de bom trabalho e salário justo), a imprensa local (internet, rádio, televisão, jornais impressos) e os governos, numa clara tentativa de mascarar os graves problemas, e jogar os trabalhadores nas solas da opinião pública, caracterizaram todos os operários de vândalos e criminosos. Criando um clima de terror nunca visto em Porto Velho. Até o presente dia a situação ainda não foi resolvida, única medida tomada foi de mandar de volta para suas respectivas cidades natais, grande parte dos trabalhadores, a maioria vinda da região nordeste.
No fim do mês passado, a Polícia Militar do Estado de Rondônia iniciou uma greve que causou novo pânico na cidade, saques a lojas e bancos foram registrados nos poucos dias de greve. Os desentendimentos e abusos de autoridade foram o estopim para trazer a tona um antigo problema das classes trabalhistas: o salário. Com esses trabalhadores, não aconteceu diferente do que aconteceu com operários das Usinas, (os policiais) foram também criticados por estarem reivindicando seus direitos, isso pela visão do governo e da mídia.
Enfim diante de tantos transtornos, o 1º de maio é um dia para voltarmos os olhos para a situação do trabalhador no mundo. Nós estudantes universitários, possíveis profissionais da educação devemos ter a sensibilidade para perceber as constantes mudanças e desigualdades da sociedade e como afetam o trabalhador. Em Porto Velho foram aplicadas práticas esportivas e ações sociais por diversos órgãos ligados ao trabalhador. No entanto, no resto do mundo os alertas foram ligados. Houveram manifestações pela Europa, Américas e Ásia, exigindo redução da carga horária, aumento salarial, abertura de vagas para empregos, e tantas outras exigências que trarão simplesmente melhor qualidade de vida as pessoas.
Apesar dos pesares parabenizamos professores, garis, operários, agricultores, garçonetes, diaristas, cobradores, motoristas de ônibus, taxistas, moto taxistas, enfermeiros e tantas outras classes que lutam e sonham por dignidade e um futuro sempre melhor do que o passado e presente.
Por: Rafael Rodrigues da Cunha - Presidência CENAL
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